quarta-feira, 1 de abril de 2009

Meus olhos demoram a se acostumar com a claridade que vem lá de fora. Dez para as seis da manhã. Meu corpo reclama, a preguiça se impõe e as pálpebras teimam em se fechar novamente. Reluto. A minha volta tudo é estranho. Meu coração pulsa na boca, agoniado, acelerado, descompassado, dificultando-me respirar. A claridade machuca meu olhar. Relembro do sonho que tive e sinto medo. Um medo descomunal e desumano. Receio voltar a dormir. O dia amanhece, pouco a pouco. O sol espreguiça-se timidamente e divide o céu com a lua que ainda não tinha ido dormir. O silêncio machuca meus ouvidos, aumentando a pulsação na garganta. Lágrimas brotam no canto dos meus olhos e lavam o sono de minha face. Tremo. Temo. Um toque me surpreende. Um braço me envolve. Um abraço me acolhe. Avisto um par de olhos de mar, que piscam preguiçosamente e, em silêncio, imploram para que eu volte a dormir. Era cedo. Aconchego-me. Não sinto mais medo. O sol acorda o dia. Volto a dormir.

As noites que em claro eu passei só pra entender ou enxergar onde eu errei, de nada valeram depois do fim. Eu sei que assim talvez seja melhor, mas espero ver você voltar e dizer que podemos recomeçar.

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