segunda-feira, 9 de março de 2009

A estrada é nada. Nas ruas o tempo acompanha o vento e a estrada, é nada. Caio na roda de um sonho breve e faço bricolagens da minha lembrança: você. Sinto-me espalhar em um horizonte em que um piscar de olhos se torna alças de vôos. E se regresso ao ponto de partida, faço-me pêndula, já que o salto nas minhas inquietudes é arbítrio, tão eu: refúgio em que me vejo percorrendo estradas esquecendo quem sou, onde estou, e aonde vou chegar. Apenas me achego. Sinto, por fim nada que me quisesse estocar a sensação de um bem querer do seu sorriso, pensamentos.. Criando raiz nas névoas e suspiros calados. Semeando verso e percorrendo o céu, enquanto meu corpo segue ali, no trajeto de um lugar pro outro, não importa, porque essa matéria em movimento é só mais um ponto. Meu pesar de alma é um céu. Pra lhe fazer gaivota acima dessa minha cabeça estúpida que me leva pra longe. Pra te evocar no mundo que eu completei sozinha. Pra me situar onde me perdi na estrada. Pra lhe entregar gotas e fazer deste pingo um mar. Ser-lhe o ar, infinitamente assim: fora do eixo.

Um comentário:

Carla disse...

sempre vi em vc uma grande escritora , acho que não me enganei em relação a isso.
Faço de suas palavras as minhas : que seja breve , mas intenso .. Nossa amizade foi breve né , mas foi intensa ! ;*